Quando surgiu essa dor em mim
Pensei que a loucura entrava
Desenfreada em minha casa
Deixando atrás de si uma porta aberta
Sem chave que a pudesse fechar
Como pode um braço sentir a ausência de uma mão que nunca houve?
Como pode o peito encolher-se de saudade daquilo que nunca amou?
E eis que se perde o que não se teve
E se sofre o que não se merece
Pequeno é o olho que não enxerga
Os vastos campos de tudo aquilo que se deseja
Quando se sabe dos caminhos suas curvas
E das possibilidades os seus fracassos
Pode-se intensamente prezar
O que poderia haver sido
E assim chora o olho sem haver visto
Exala o pulmão sem haver respirado
Nada o corpo imerso a um mar imaginário
Como se todas as caravelas içassem suas velas
No hay comentarios:
Publicar un comentario